Nunca te esqueço o riso cristalino
Quando o fracasso vinha à nossa casa,
Soube, depois que a voz que de ti se extravasa
Era para acalmar o teu pobre menino.
Breve, levou-te a morte...
Não sei se por desastre ou por destino...
Chorei-te pela perda que me arrasa...
Viajei com meu pai... Vi famoso cassino...
Esqueci-te... Joguei... Não me domino...
Fiz a grande fortuna que me atrasa.
Envelheci jogando, até que um dia,
Recordei que na infância, eras minha alegria,
Mas a exaustão me toma o coração cansado...
Vi a morte a meu lado
E perguntei:
"Dize, morte, onde achar minha querida:
Minha mãe, meu amor e minha vida?...."
Ela apenas me disse: "Entre os mortais..."
Muitos anos passaram...
Sem receber de ti qualquer lembrança
Pediu reencarnação, em busca de esperança...
Vais vê-la no futuro ou nunca mais!
ANTÔNIO GOMES
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